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Tratamento psicanalítico – Será que você quer dar lugar ao seu desejo?

Sou psicanalista há mais de duas décadas e ao longo de todo este período sigo em permanente formação psicanalítica. Minha proposta é auxiliá-lo a se interrogar sobre o seu mal-estar psíquico, bem como buscar respostas a respeito desse mal, a fim de que possa se sentir melhor ou até mesmo se curar. Este mal pode se apresentar por meio de inibições, sintomas ou angústias, sejam físicas ou psíquicas, o que é comum que aquele que tem vivido essas sintomatologias já tenha buscado respostas em tratamentos do orgânico ou espiritual e, apesar de receber muitos diagnósticos, medicamentos ou orientações místicas, é bem provável que as suas aflições ainda estejam presentes. O meu trabalho, embasado na Teoria Freud-lacaniana, entende que o psiquismo do ser humano é estruturado precocemente pelo Outro, pois antes mesmo de nascer o bebê já pertence à história de outros adultos – pai, mãe, avós – cuidadores que o esperam, o desejam e, portanto, lhe nomeiam, pois esperam algo dele. Nesse enlace, entre o que lhe demandam e o que ele se faz para o outro, o sujeito infantil tenta se fazer significado ao desejo do outro, que no princípio da vida é estruturante “ser o nenê, reizinho, amado pelos familiares”, porém continuar neste lugar, sendo excessivamente isto ou aquilo ( rei ou escravo) para o outro na vida adulta, em um automatismo incontrolável, certamente este estado de assujeitamento é prejudicial. Aquele que busca um atendimento psicológico-psicanalítico certamente não está se sentindo bem consigo mesmo. Afinal, o fato de estar atado à condição, já descrita acima, resulta em ser uma espécie de “objeto” a demandas do outro, o que se torna angustiante. Se você sente que chegou o momento de se analisar, saiba que o tratamento psicanalítico poderá abrir um saber sobre suas tramas inconscientes, que são singulares a cada sujeito e a sua história pregressa e com efeitos atuais, possibilitando um saber sobre as causas que o fazem sofredor. Há uma grande possibilidade de o tratamento citado proporcionar a criação de alternativas que o tornem mais maleável consigo e com suas relações e decisões. A linguagem utilizada neste tratamento lhe permitirá sair do campo manifesto e passar a ouvir o seu discurso latente, até então posto de lado – “o seu inconsciente”. Ao dar lugar ao seu “sujeito inconsciente” você passará a ouvir as causas de ser tão fixado em suas significações ao outro, tornando possível, no decorrer do tratamento, a escolher entre ficar no seu permanente velho sentido, tão conhecido de operar consigo e com os outros, mas implicado com o seu estado, ou suportar a perda de seus automatismos e como ganho, dar lugar ao seu desejo, abrindo-se a novas ideias e atos. Notará, enfim, o quanto você estava atado a ideais excessivos que o mantinham escravizado. E, em consequência dessa análise pessoal, ao “recordar, repetir e elaborar”, como escreveu Freud em 1914, se abrirão portas para o seu mais “estranho”, que por outro lado, é o seu mais “familiar”. Para desejar e pôr em ato, porém, há uma condição: “de que algo se perde, inutilidades ficarão no caminho, mas para abrir à sua mais íntima possibilidade de ser e ter, mais atos criativos nas relações e nas produções”.